Qual será a marca que Neil Young deixará para o Rock? A fusão de Rock e Country, os discos de sua extensa carreira ou seu engajamento político? Para mim Neil Young é aquele professor “descolado” do colégio, com uma didática diferente da habitual, mas que mesmo assim consegue ensinar as maiores lições para a vida de forma leve e simples.
A grande lição que o Professor Neil ensinou é a de que o Rock não precisa ser métrico, certinho, limpo e sem deslizes; o que justamente Young ensinou durante a sua carreira é na possibilidade da música ser livre, sem colocar barreiras estúpidas para sua arte, Everybody Knows This Is Nowhere de 1969, por exemplo, foi gravado praticamente “ao vivo”, o que acrescenta ao resultado final esse descompromisso com regras musicais desnecessárias. Além disso, o disco tem o mérito de ser tanto acústico como também elétrico e Neil Young juntamente com Crazy Horse, soube se movimentar entre essas duas barreiras da música com a mesma facilidade em que conseguia escrever músicas incríveis.
Nesse disco de 1969, por exemplo, pode se destacar muitas músicas, como “Cinnamon Girl” que abre o disco com maestria com um belíssimo riff de guitarra, “Everybody Knows This Is Nowhere” que dá nome ao disco e mostra o belo equilíbrio entre a letra e a melodia, “Round & Round (It Won't Be Long)” que evidência a faceta acústica da banda, “The Losing End (When You're On)” com seu belo solo de guitarra, entretanto é com “Down by the River” e “Cowgirl In The Sand” que o trabalho encontra seu auge nessas duas músicas que juntas somam mais da metade do disco, mostram uma incrível Jam com riffs, solos, harmonias vocais e muito feeling em um dos melhores momentos da carreira de Neil Young.
No fim das contas, como em toda turma da escola alguns alunos entenderam o recado e seguiram o seu professor enquanto outros trilharam por outros caminhos, e como quase tudo na vida nenhum dos dois caminhos é a certeza de que se está certo ou errado. A certeza que fica é de como a aula foi boa, dúvida? Então, vai perguntar pra toda a geração de Roqueiros alternativos dos 80/90 pra ver o que eles acharam dos tempos de colégio com o mestre Neil Young.
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