Imagina a surpresa em 1965, a banda mais famosa do mundo abandona a fórmula do sucesso fácil, com franjas e ternos e toda aquela embalagem vistosa, para então se apresentarem como a principal vanguarda artística da época. Esse deveria ser o ponto alto da historia de qualquer banda comum, mas estamos falando dos Beatles, onde acontecimentos como esses são apenas mais um dos infinitos pontos geniais de sua existência.
Rubber Soul de 1965 foi o tiro de partida de muita coisa desde, o amadurecimento já citado aqui, mas também alguns atritos que culminariam no fim da banda, nesse disco a dupla principal de compositores estavam especialmente inspirados no caso de McCartney com as músicas: “Drive My Car” que demonstra principalmente o grande baixista que Paul era, com uma linha de baixo simplesmente genial, “Wait” que é uma das minhas preferidas de toda a carreira dos Beatles por ser simples, direta e principalmente uma das canções mais esquecidas do Beatles e por fim “Michelle” uma das mais belas baladas dos Beatles. John Lennon não fica atrás de seu companheiro, com músicas como: ”Nowhere Man” que parece mais uma poesia cantada (coisa de gênio), “The Word” com um tom político camuflado em versos aparentemente amorosos e “Girl” que é uma simples canção de amor, em um dos melhores momentos de John.
Como de costume George Harrison faz muito nesse disco e não recebe o crédito merecido como na ótima introdução de guitarra em “In My Life”, os elementos indianos em “Norwegian Wood” e a sensacional “Think for Yourself” composição de Harrison que cada vez mais é o meu Beatle preferido pela infinita injustiça durante toda sua carreira.
No fim das contas Rubber Soul é um disco subestimando na carreira dos Beatles pelo fato do tamanho da banda, pois um disco assim seria o grande carro chefe da discografia de qualquer banda comum, mas repito estamos falando dos Beatles onde discos como esse são apenas amostras do que estava por vir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário